quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Suécia - Adolescente exagera no videogame e passa mal


Um adolescente sueco de 15 anos de idade sofreu um colapso e entrou em convulsão depois de jogar um videogame durante 24 horas seguidas em sua casa em Laholm, no sul da Suécia. No hospital, os médicos que o atenderam disseram que o colapso foi resultado de uma combinação de falta de sono, falta de alimentação adequada e tempo excessivo sob estresse, devido à sua concentração no jogo.

O garoto de 15 anos havia reunido seis amigos em sua casa no sábado para jogar a nova versão do videogame World of Warcraft, lançado recentemente. Segundo os médicos, o menino está agora fora de perigo. Mas o pai do adolescente, que já decidiu limitar os horários em que seu filho poderá jogar jogos de computador, iniciou uma campanha para alertar outros pais sobre os riscos de passar tempo demais jogando diante do computador.

O psicólogo e especialista em dependência de jogos eletrônicos, Owe Sandberg, alerta para o risco de os jovens se tornarem viciados em jogos. "É preciso ter limites", disse o psicólogo ao jornal Kvällsposten.

Segundo Sandberg, entre 30 mil e 40 mil adolescentes na Suécia se encontram atualmente sob risco de se tornarem dependentes de videogames. Um estudo sueco publicado esta semana pelo Instituto Karolinska, em colaboração com a Universidade de Upsala e a Universidade de Estocolmo, fez outro alerta sobre os riscos que podem ser provocados pelos videogames violentos.

Os pesquisadores pediram a um grupo de 19 adolescentes entre 12 e 15 anos de idade para jogar dois tipos de jogos de computador - um especificamente violento, e o outro não. Os resultados mostraram que o batimento cardíaco dos meninos que jogaram o jogo violento tornou-se irregular.

Além de observar os garotos enquanto eles jogavam os jogos, os pesquisadores também monitoraram os meninos à noite, durante o sono. Eles constataram que os batimentos cardíacos irregulares continuaram durante a noite. O estudo indica que jogar jogos violentos exerce impacto sobre o sistema nervoso dos adolescentes, afetando potencialmente seus sistemas biológicos centrais.

http://www.multirio.rj.gov.br/portal/riomidia/rm_materia_conteudo.asp?idioma=1&idMenu=3&label=Mat%E9rias&v_nome_area=Mat%E9rias&v_id_conteudo=72241

sábado, 15 de novembro de 2008

“Blogueiros” na sala de aula


O blog é uma ferramenta fácil, barata e que permite uma comunicação escrita dinâmica entre seus alunos.


Os bloggers surgiram no fim da década de 1990 e nos últimos anos tiveram crescimento acentuado. São criados, no mundo, 120 mil blogs por dia, 1,4 por segundo. O blog é o espaço pelo qual muitos adolescentes interagem, trocam informações e revelam suas aspirações e gostos pessoais. Este recurso se limita, na maioria das vezes, a um espaço alternativo de produção cultural; no entanto, existem algumas experiências de uso de blog em sala de aula que se revelaram eficientes e úteis na aprendizagem da escrita e troca de informações. Por se constituírem em um espaço de multiplicação e renovação cultural, os blogs criaram um novo léxico entre os usuários, que se apropriam de termos do inglês para criar sua própria linguagem.


Por exemplo, o dono do blog é o “blogueiro” e o texto inserido por ele é um post. A palavra foi transformada em “postar”, ou também, “postagem”, que é o ato de publicação. No entanto, os novos termos não devem assustar o professor que está interessado em levar o blog para a sala de aula; isso é o que mostra a experiência da professora Márcia Vescovi Fortunato, que vem utilizando o recurso há dois anos e tem obtido ótimos resultados. Fortunato ministra uma oficina de prática de leitura e escrita no curso de Pedagogia do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, em São Paulo. O projeto consiste na criação de um blog por aluno. Cada estudante deve publicar suas impressões pessoais acerca de um livro ou autor. Desse modo, diversas habilidades são desenvolvidas, como o ganho de intimidade com o texto escrito e a familiarização com maiores cargas de leitura. Ana Carolina Guimarães Abrão, aluna do curso de Pedagogia, diz em seu post: “Sempre achei que iria ter muita dificuldade em escrever, mas vejo que não, o que está me aborrecendo é ter que ler tanta coisa para a faculdade. Eu gosto do que leio, mas o fato de haver prazos me atrapalha”.


“Esse exercício de escrita no blog é muito bom, acho que estou melhorando mesmo... Quem sabe tenha o mesmo processo com a leitura. Quanto mais se lê, mais se tem vontade de ler!” Para que as produções dos alunos não possam ser encontradas em ferramentas de busca, como o Google, Fortunato utiliza um recurso que impede a circulação dos blogs em “buscadores”; no entanto, isso não impede que os internautas tenham acesso aos blogs.Ferramenta para textos curtosMárcia Fortunato usa o blog, com seus alunos, como uma espécie de bloco de anotações que servirá para a confecção de um futuro trabalho. A professora acredita que seu método aumenta o interesse do aluno, pois utiliza uma ferramenta moderna e dinâmica que permite a interação entres os estudantes. A cada publicação semanal que os alunos fazem, a professora interfere, dando sugestões e demonstrando sua opinião. Além disso, os estudantes podem interagir entre si, fazendo apontamentos ou opinando sobre o que foi escrito.


Existe, também, a manutenção de um blog pela professora, que aprofunda questões discutidas em aula, além de servir como uma espécie de ponto de encontro dos blogs dos alunos. Fortunato ressalta que o blog é uma ferramenta que preza textos curtos e de fácil manipulação. Sendo assim, um trabalho que demande grandes pesquisas e textos mais elaborados não deve utilizar o recurso.


O blog pode trazer diversos benefícios para a aprendizagem, como o aumento do espírito crítico dos alunos, a melhora na produção escrita e a maior familiaridade com a leitura e interpretação de textos informativos, literários e teóricos. Porém, o ponto alto é, talvez, a criação de uma maior intimidade do aluno com aquilo que ele produz. Na medida em que a produção do estudante é algo pessoal, o blog ajuda a ressaltar esse aspecto. Ao ser questionada se seria boa idéia fazer o uso da metodologia em turmas de Ensino Fundamental e Médio, Fortunato diz que sim: “O espírito do blog é o de uma ferramenta fácil, barata e que favorece a comunicação entre os estudantes, estimulando-os por meio da criação de um espaço pessoal”. A professora conclui dizendo que a metodologia pode ser aplicada a qualquer disciplina escolar, em qualquer instituição.O blog no Ensino MédioMaria Luiza Aburre, coordenadora de Língua Portuguesa da Escola Comunitária de Campinas e autora de livros didáticos para o Ensino Médio, é uma incentivadora de projetos que envolvam tecnologia e educação. Defendendo postura semelhante à de Márcia Fortunato, Aburre acredita que a experiência feita no Instituto Vera Cruz poderia, muito bem, ser aplicada no Ensino Médio e Fundamental. “O blog é um espaço interessante para o professor de Ensino Médio que tenha como preocupações não apenas desenvolver o texto, mas fazer com que o aluno esteja informado sobre questões da atualidade. Você pode, por exemplo, propor um tema de discussão por semana e fazer com que os alunos o discutam no blog”, diz Maria Luiza.


Temas da atualidade e livros pedidos nas listas dos principais vestibulares do Brasil poderiam virar o centro de diversas discussões via internet. A única ressalva feita por Aburre é de que a criação do blog de cada aluno acarreta a exposição na internet do texto do estudante e, principalmente, sua exposição aos colegas de classe. Para isso, é oferecida uma opção: a criação de um blog para a sala inteira; deste modo, o professor poderia controlar de perto o que é produzido pelos seus alunos, mantendo a seriedade do método. Caberia ao educador criar um tópico de discussão por semana e selecionar alunos para serem redatores e mediadores das discussões decorrentes do tema. Ao final da semana, os estudantes poderiam criar um texto acerca do assunto discutido no blog e os melhores textos seriam publicados, evitando, desse modo, a exposição dos textos de todos os alunos. No entanto, Maria Luiza não recusa a idéia de Márcia, apenas diz que a criação de um blog e a subseqüente publicação de temas dependem de um compromisso e maturidade que, talvez, os alunos do Ensino Médio não tenham. Isso cabe ao professor definir.


O blog, usado como recurso didático tem muito a contribuir para o aprendizado escolar, conforme as professoras constatam. O que deve ser entendido pelo educador é que “a ferramenta mudou, mas a natureza da habilidade que precisa ser construída nos alunos, não. O professor deve ser o responsável por criar um senso crítico no aluno; assim como faz com livros, deve fazer também com a internet. Nem todos os livros são bons, nem tudo o que está presente na internet tem qualidade, mas ao contrário do que se pensa, existe muita coisa boa na rede. Por isso o professor não pode se abster desse mundo virtual”, diz Maria Luiza Aburre. O blog, ela acredita, é um bom começo para se iniciar uma aproximação com a internet e aumentar o interesse dos estudantes.

André de Oliveira

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O QUE PODE VOCÊ, PROFESSOR

O que se espera de você, professor

Alberto Tornaghi
Introdução

Meu caro colega professor, este texto é um misto de provocação e convite que lhe faço. Uma provocação de colega que acredita que podemos, mais do que isso, que precisamos, devemos, construir uma nova identidade profissional para nós. É urgente que, cada escola assuma localmente a função de definir o que e como se faz educação em seu espaço, adequando os programas à sua realidade, definindo metodologias e o projeto político pedagógico. Para isso é necessário incorporar à nossa lide a função de, em rede e de forma colaborativa, procurar, estudar propor e divulgar uma nova forma de ser para nossas escolas, fazer delas um espaço em que possamos criar e compartilhar soluções para os problemas reais que enfrentamos. Se isso traz alguma complexidade pela novidade, traz também mais prazer e poder, por certo.

Já não basta à escola de Educação Básica o papel de repetidora do que se produz fora dela, de executora de políticas, metodologias e concepções pedagógicas criadas fora dela. Cabe a nós, à escola que somos, em que trabalhamos e vivemos cotidianamente, a decisão do que fazer dentro dela. Não sozinhos, não de forma autoritária e arrogante como o professor de outros tempos que dizia “desta porta para dentro quem manda sou eu”. A provocação é para buscarmos em rede, em parceria formas de trocar o autoritarismo arrogante por autoria libertadora, autoria que resulta em conhecimento e autoridade para definir e defender o melhor projeto de escola para aquela realidade.

Aí está o convite: é para que faça parte dessa rede, que se prepare para o exercício de autoria, em parceria com colegas, alunos e os recursos que dispõe em sua escola. Vamos discutir neste texto algumas possibilidades de tornar possível a participação nessa rede e, ao mesmo tempo, fazer dela uma rede produtiva.

Uma tal de antropofagia

Oswald de Andrade, em 1928, escreve o manifesto antropofágico. Explicita ali uma concepção de fazer artístico e cultural brasileiro que os modernistas vinham experimentando, um fazer que “bebe em todas as fontes”, deglute o que vem de fora e constrói uma forma toda própria de manifestação. Sem nada negar daquilo que chega, nem de onde chega, os modernistas incorporaram essas manifestações, as transformaram e produziram novas manifestações, bem brasileiras.

Já é tempo de aprendermos com os modernistas. Faz quase um século que nos ensinaram que o fazer brasileiro não é europeu, não é indígena, nem negro: é tudo isso ao mesmo tempo. Tudo misturado, resultando em produção nova, original, diferente do que se encontrava em cada uma das culturas de origem. Muito mais do que superposição, uma criação que inclui elementos dessas diversas culturas para produzir obras de arte que são brasileiras, formas brasileiras de manifestação e representação.

Convivemos na escola com propostas metodológicas, projetos político-pedagógicos, parâmetros e diretrizes curriculares, etc. O que fazer com tudo isso? A sugestão que trago aqui é fazer como os modernistas: absorver, deglutir, saborear e usar como fundamento para uma nova criação local. O que for útil deve ser usado, o que não for adequado, pode ser descartado.

E como fazer tudo isso? Como separar o “joio do trigo”? Como separar o que é útil do que é inútil, como fazer útil o que é obrigatório? Não sei, não tenho a resposta. Na verdade, não existe a resposta. São muitas respostas, muitas possibilidades, em cada local, uma conformação diferente será a mais adequada, com certeza. Esta resposta precisa ser produzida em cada local, em cada escola, em cada momento particular.

E na escola, como fazemos?

E como chegar a essa produção? Mais uma vez a proposta é quase óbvia, como o ovo de Colombo. Em parceria com colegas dentro e fora da escola, discutindo e estudando tanto as dificuldades como as boas coisas que produzimos e conhecemos.

Os colegas da escola, que só encontramos na hora do café, é preciso encontrá-los por mais tempo e de forma organizada e produtiva, em reuniões para discussão e estudos para as quais se vai com dúvidas, dificuldades e questões em mãos. Deve-se, também, levar para esses encontros as soluções e atividades interessantes que realizamos, outras propostas curiosas e de valor que se conhece, etc.

Os colegas de fora da escola, é preciso encontrá-los nos textos, nas revistas, na Internet, em vídeos, na TV Escola e até aqui, no Salto para o Futuro.

Alguns desses ambientes e produtos, como os programas do Salto para o Futuro, são interativos, isto é, oferecem canais de comunicação entre os que eram conhecidos como assistência e os que eram conhecidos com autores ou especialistas. Veja que digo “eram conhecidos” porque, quando se cria a interação direta, interfere-se no produto e a autoria passa a ser da rede composta por todos os que tomam parte interagindo e interferindo no que se realiza.

Os programas do Salto para o Futuro, por exemplo, seriam outra coisa, muito menos interessante, se não contassem com a participação de professores das escolas. Participei de alguns em que os canais de comunicação, por algum motivo técnico, deixaram de funcionar. Eram programas muito menos interessantes do que quando os professores participavam. Nossa percepção é de que a escola havia faltado ao programa naqueles dias. Foram poucos, felizmente, mas serviram para deixar evidente que, quando a escola não aparecia lá, vivamente, o programa ficava mais insosso e menos conseqüente. Seu potencial de transformação era muito menor.

O mesmo acontece com muitos espaços na Internet. A Internet é hoje, muito mais do que um espaço de pesquisa, um espaço de produção e de colaboração. Vamos tratar, adiante, de alguns desses espaços. Antes é preciso tocar em um ponto sensível e importantíssimo: quem arca com o tempo dessas reuniões, quem deve assumir a responsabilidade por esses encontros?

Quem ganha e quem paga

Quem ganha como tudo isso, quem ganha quando professores deixam de só ensinar e estudam para ensinar? Todos e cada um.

Ganha a escola com equipe de professores em formação continuada e em equipe, o que gera relações mais sólidas e produtivas. Estarão, além disso, mais envolvidos com o projeto pedagógico na medida em que são co-autores.

Ganham os professores que, ao participarem de formação continuada e regular, passam a ter na sua escola um lugar em que também aprendem e, por isso, ensinarão ainda melhor do que já fazem. Ganham ainda o direito e o prazer de se tornarem aprendizes. Descobertas e construções intelectuais são das coisas que mais nos divertem. Serão professores que podem mais, autores em colaboração, que conquistam maior autoridade, palavra que deriva justamente de autoria. Ganham os alunos, que contam com professores ainda melhor preparados e atualizados tanto em questões pedagógicas quanto de seu conteúdo específico e conhecedores do que acontece nas outras áreas e nos trabalhos dos colegas.


Ganha o sistema de ensino, que se torna mais eficaz e pode oferecer um ensino mais adequado e contextualizado em cada local, em cada escola. Ganha, finalmente, a comunidade.

Se ganham tantos, quem deve arcar com o esforço? Todos, naturalmente. Professores devem ter direito – e isso se conquista – a tempo pago para formação no local em que trabalham, formação a ser realizada em rede, com colegas e com acesso aos recursos de que dispõe a sua escola. Estes mesmos professores precisam criar as condições para que esses encontros possam se tornar realidade, definindo horários e espaços em que possam se reunir em pequenos grupos que tenham interesses em comum. A equipe gestora da escola precisa facilitar e estimular acesso aos recursos de que dispõe a escola, como computadores, acesso à Internet, bibliotecas videotecas e afins.
Internet, um mundo de produção e colaboração

Encontramos, hoje, na Internet uma enorme gama de possibilidades, para dar suporte ao aprimoramento do que fazemos na escola. Vou-me referir a duas possibilidades apenas: o Portal do Professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/), criado e mantido pela SEED/MEC e o Porta Curtas (http://www.portacurtas.com.br/index.asp) site que nos oferece algumas centenas de curtas-metragens.

Ambos são espaços em que encontramos recursos úteis para nosso trabalho e, junto a eles, análises feitas por professores, colegas nossos, com sugestões de uso dos materiais em atividades com estudantes. Mais importante ainda, são espaços em que podemos colaborar, analisando o que lá está, interagindo com quem fez as sugestões e fazendo outras, apresentando para troca, com outros educadores, o que você realiza com seus colegas e alunos em sua escola.

Comecemos pelo Portal do Professor. Lá você encontra uma enorme variedade de produtos tanto para usar com seus alunos quanto para seu estudo pessoal. Nos produtos voltados para uso com estudantes, há aqueles para serem utilizados em aulas expositivas e outros que podem ser manipulados e explorados diretamente pelos alunos em atividades investigativas ou de simulação. O Portal apresenta na sua tela inicial 6 opções (veja Ilustração 1) e, cada um deles se desdobra em outras tantas.

Vá lá, explore um pouco o acervo, convide um ou dois colegas para explorarem a muitas mãos, mostrem uns para os outros o que encontraram, escolham alguma aula proposta para modificar e usar com seus alunos. Depois, voltem ao portal para comentar sua experiência com o material que utilizaram.

Aqui começa uma experiência completamente nova para boa parte de nós professores do Ensino Básico: a troca entre pares. Isso é prática cotidiana de cientistas e pesquisadores, às vezes com disputas acirradíssimas sobre o que estudam. Esta prática leva ao refinamento do que se estuda e contribui para ampliar as possibilidades de exploração dos recursos que temos. Não estamos falando apenas do domínio do conteúdo em si, mas das diversas e variadas formas de desenvolver o trabalho pedagógico sobre cada tema.
O “Espaço da Aula” é, em minha opinião, a novidade mais interessante em se falando de Internet e de colaboração. É ali que encontramos sugestões de atividades postadas por outros professores. O portal é bem novo mas já conta com muitas aulas. É fácil encontrar algumas que sejam do seu interesse, porque elas estão classificadas de várias formas: por componente curricular, nível de ensino, tema abordado etc.

Para um mesmo conteúdo, você encontrará propostas de trabalhos por projetos, aulas expositivas, trabalhos explorando ambientes de pesquisa, atividades experimentais entre outros. Como propunha Oswald de Andrade em seu manifesto, a idéia é deglutir e saborear todas as sugestões para, a seguir, criar a sua aproveitando de cada uma, o que for mais útil à ação que estiver desenvolvendo.

Veja que, assim, você e seus colegas começam a formar uma rede de formação permanente em seu colégio, ao mesmo tempo em que passam a integrar uma rede maior, de que participam professores de todo o país. Era deste convite que falava no início do texto.

Navegue pelos outros espaços do Portal do Professor. Verá que há muito o que explorar ali, muito o que usar e muito o que contribuir. E, quando quiser interagir diretamente com outros colegas que estejam distante de você, use o espaço de interação e comunicação. Ali você encontra salas de bate-papo em que pode encontrar colegas distantes para discutir suas produções.

O Porta Curtas (http://www.portacurtas.com.br/index.asp) é um site mantido pela Petrobras com um enorme acervo. Hoje, enquanto escrevo este texto, o site informa que tem pouco mais de 4400 curtas catalogados e quase 650 que podem ser vistos na íntegra no próprio site. Destes muitos estão comentados por professores com sugestões sobre como utilizar na escola.

Há um espaço especialmente voltado para nós, educadores, é o “Curta na Escola”. Bem na página inicial há um link para este espaço.Lá se encontra o acervo de filmes que estão acompanhados de comentários de professores de escola relatando o uso que fizeram. Para outros filmes há alguns pareceres pedagógicos feitos por pedagogos convidados. Em cada um o autor do parecer discute brevemente a temática do filme sob alguma perspectiva em particular e propõe uma atividade, que chamam de “situação didática”.

O Porta Curtas é mais um espaço que nos provoca a experimentar práticas novas na escola. São atividades escolares que tanto podem ter os vídeos com elemento disparador, como provocar a realização de vídeos nas escolas usando o que é possível fazer com os computadores que lá estão.
Mas, acima de tudo, é um espaço de interação, de trocas entre professores e destes com especialistas e pesquisadores. Navegue um pouco pelo espaço, dê a si o temo de vagar um pouco pelo que há ali, tenho certeza de que vai divertir-se além de encontrar bom material para seu trabalho.

Realizando alguma atividade com o que está ali, não deixe de registrá-la e postar seu comentário no Porta Curtas. Com certeza será útil para outros professores.

Conclusão

O que se delineia para nós, professores, neste tempo de acesso irrestrito a informação, tempo em que somos bombardeados com um volume inédito de informações tanto úteis como inúteis, tanto verdadeiras como falsas, é uma nova forma de ser e de atuar profissionalmente. Não somos mais quem traz informação para nossos estudantes, os meios de informação fazem isso de forma muito mais ágil e completa. Mas nem sempre a informação é correta ou, mesmo quando correta nos chega de forma que nos seja útil.

Nosso novo papel é o de junto com nossos alunos aprender a analisar essas informações, selecionar as que podem ser úteis ao nosso trabalho e produzir conhecimento localmente. É o de aprender a transformar informação em conhecimento.

Deixamos de ser provedores de informação para sermos produtores de conhecimento. Cá para nós, dá mais trabalho, mas é muito mais divertido. Este era o convite que fazia junto com a provocação inicial: entre nessa rede e venha divertir-se conosco. E não deixe de trazer seus colegas e seus alunos junto.
Alberto Tornaghi - Professor no Departamento de Informática Educativa do Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro. Consultor na área de formação docente. Consultor da série.